14:34


Porque tantas vezes tentamos travar diálogos impossíveis...

14:17

MAS TÁ CHATO ISSO AQUI HEIN...

11:32

Pai!

Afasta de mim esse cálice, Pai! Afasta de mim esse cálice, Pai! Afasta de mim esse cálice, De vinho tinto de sangue...

Como beber Dessa bebida amarga. Tragar a dor, Engolir a labuta. Mesmo calada a boca Resta o peito. Silêncio na cidade Não se escuta. De que me vale Ser filho da santa, Melhor seria Ser filho da outra. Outra realidade Menos morta. Tanta mentira, Tanta força bruta...

Quero lançar Um grito desumano. Que é uma maneira De ser escutado. Esse silêncio todo Me atordoa. Atordoado, Eu permaneço atento, Na arquibancada Prá a qualquer momento, Ver emergir O monstro da lagoa...

Como é difícil Pai, abrir a porta...Essa palavra Presa na garganta...De que adianta Ter boa vontade Mesmo calado o peito Resta a cuca...

Talvez o mundo Não seja pequeno. Nem seja a vida Um fato consumado.Quero inventar O meu próprio pecado...

Quero perder de vez Tua cabeça. Minha cabeça Perder teu juízo...

Pai! Afasta de mim esse cálice, Pai! Afasta de mim esse cálice, Pai! Afasta de mim esse cálice, De vinho tinto de sangue...

Cálice - Chico Buarque

15:40

...


Decepcionada. Frustada. Triste. Cansada do mundo. Precisando de gorda brasiliense.

10:30

Livros...


"Amaranta pelo contrário, cuja dureza do coração a espantava, cuja concentrada amargura a amargurava, foi revelada no último exame como a mulher mais terna que jamais pudesse haver existido e compreendeu com uma penosa clarividência que as injustas torturas a que submetera Pietro Crespi não eram ditadas por uma vontade de vingança, como todo mundo pensava, nem o lento martírio com que frustrara a vida do Coronel Gerineldo Márquez tinha sido determinado pelo fel ruim de sua amargura, como todo mundo pensava, mas sim que ambas as ações tinham sido uma luta de morte entre um amor sem medidas e uma covardia invencível, e triunfara finalmente o medo irracional que Amaranta sempre tivera de seu próprio e atormentado coração. Foi por essa época que Úrsula começou a se referir a Rebeca, a evocá-la com um velho carinho exaltado pelo arrependimento tardio e pela admiração repentina, tendo compreendido que somente ela, Rebeca, a que nunca se alimentara de seu leite e sim da terra e da cal das paredes, a que não levara nas veias o sangue do seu sangue e sim o sangue desconhecido de desconhecidos cujos ossos continuam chocalhando na tumba, Rebeca, a do coração impaciente, a do ventre arrebatado, era a única que tinha tido a valentia sem freios que Úrsula desejara para a sua estirpe"


Cem Anos de Solidão - Gabriel Garcia Márquez


Maravilhoso. Recomendo um papel durante a leitura para desenhar a árvore genealógica : )

17:03

porque quando dóí, dói mesmo

Alguém tem dúvida que a vida ensina tudo que precisamos aprender? Que basta sabermos (e aceitarmos) interpretar as coisas que acontecem que vamos aprendendo a viver cada dia um pouco melhor?

É..., triste é perceber que muitas vezes o que a vida nos ensina não é nada agradável aprender. Triste é saber que não basta o quanto nos esforcemos para sermos os melhores que podemos, para agirmos corretamente, para sermos éticos, sempre vão existir pessoas prontas para nos derrubar. Triste é perceber que na vida não basta sofrermos uma vez, que para muitas coisas precisamos cair repetidamente até levantarmos mais fortes, calejados.

Triste é finalmente aprender com a vida, que aprender é mais difícil do que parece, e que na vida algumas pessoas nunca aprendem.

É perceber que nessa vida onde alguns de nós fazem o máximo para que os outros nunca se sintam solitários e perdidos, estamos para tantas coisas totalmente sozinhos.

16:16

Vida louca

Será que o ser humano tem necessidade de complicar as coisas? Que a vida já tem um grau natural, e sinceramente bem elevado, de complicação é fácil perceber. Mas será que temos uma tendência a enxergar e até tornar tudo mais difícil? Será que às vezes o que é simples, confortável e descomplicado perde a graça?

Já passei por várias situações em que perdi meu interesse devido a simplicidade das coisas. Muitas amigas minhas já me contaram de momentos assim. Meus melhores relacionamentos, pensando em retrospectiva, foram aqueles em que eu podia ficar tranquila, ser eu mesma, e confiar na pessoa que estava comigo. Mas meu relacionamento mais longo e mais marcante foi uma montanha russa de angústia e nervosismo. E até hoje considero este o "amor da minha vida". Bela besteira.

Será que um dia seremos maduros o suficiente para aceitar o que de bom nos é dado? para valorizar as pessoas certas? Sem maiores preocupações e podendo sorrir das coisas que acontecem?

Andei pensando isso porque desde que terminei meu último relacionamento, desgastada, acabada, e não querendo saber tão cedo de namorar, venho dizendo pra todo mundo que tudo que eu queria era ou ficar sozinha ou algo tranquilo, sem compromisso e divertido. Não considero isso sinônimo de não se importar com quem se está convivendo, mas simplesmente poder estar com alguém sem grandes preocupações. É claro que falar é fácil e fazer é difícil, e como boa representante da extra sensibilidade feminina, não consigo evitar de me envolver pelo menos um pouco.

Mas esse detalhe à parte me peguei ontem mais uma vez complicando o que pode ser, e é descomplicado. Momento superado, continuo desenvolvendo minha teoria de que as melhores coisas podem ser as mais simples. Se a maioria das coisas na vida já é tão difícil para que complicar mais, certo? Essa tendência humana de autoflagelo, de querer sofrer...Freud explica...

E citando Dr. Fábio: "Curte o momento gata!"